Desde a sua estreia, há quase 40 anos, o Fantástico é líder de audiência em todo o Brasil. Criou tendências, debates. Foi (e ainda é, não como antes), um dos mais importantes programas jornalísticos da televisão brasileira. Porém, esses adjetivos não foram suficientes para barrar a assustadora queda de audiência do Fantástico. Está cada vez mais difícil segurar essa liderança.
O “Show da Vida”, apelido que ganhou ao longo desses anos, entrou em um declínio como nunca se viu. De 2001 a 2011, o dominical da Globo viu sua audiência encolher 32%. Há quem diga que a queda nos índices seja a sua falta de identidade. Outros afirmam que a principal causa é o enfraquecimento causado pelos programas semelhantes que vieram surgindo, com forte apelo popular e de qualidade duvidosa. Entre eles está o Domingo Espetacular da Record.
Com quadros de entretenimento e jornalismo, o Fantástico foi o percussor da chamada “revista eletrônica”. A fórmula, já desgastada, teve suas alterações ao longo dos anos. Mas nada que possa ter revertido o baixo desempenho do programa.
A direção bem que tentou. Tirou Pedro Bial e Glória Maria para dar lugar aos “jovens” Zeca Camargo e Patrícia Poeta, que depois foi substituída por Renata Ceribelli. A criação de mini reality shows dentro do programa e a aposta em temas populares não surtiram efeitos.
Esteticamente o Fantástico é bem produzido, se perdeu quando deixou de lado o jornalismo ao dar mais espaço ao entretenimento. Foi apático ao ver a concorrência crescer naquilo que sempre foi destaque: grandes reportagens.
Mesmo com as estreias de quadros especiais, entre eles um que os próprios apresentadores encararam uma dieta, a audiência ainda não reagiu. Parece que foi a única que, de fato, emagreceu em 2011.