quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Big Brother Brasil: Sem grande repercussão, programa mostra desgaste do formato

Com 11 anos no ar, o Big Brother Brasil é considerado o mais bem sucedido reality show da tv brasileira, tanto em faturamento quanto em audiência. O formato comprado pela Rede Globo da holandesa Endemol surgiu em 2002 no Brasil após polêmicas em torno de sua exibição.
 
Com uma proposta inovadora pra época (o Brasil já havia vivenciado algo semelhante com a Casa dos Artistas do SBT em 2001), o reality show traz em seu contexto, pessoas anônimas presas em uma casa de luxo disputando o prêmio final. Ao longo do processo, as dificuldades diárias, a convivência forçada, os amores e as intrigas sempre garantiram o entretenimento para que gosta do programa, e com isso atraindo cada vez mais público. Pois bem, o “hábito do brasileiro está mudando”.
 
 
   LADEIRA ABAIXO
Pedro Bial, que comanda a atração desde 2002Pedro Bial, que comanda a atração desde 2002
Nos últimos anos, por causa de formatos semelhantes ou pela falta de interesse mesmo, o que parecia um jogo ganho passou a ser dúvida na cabeça de muitos diretores. Com ótimos índices de audiência no início, o programa apresentado pelo jornalista Pedro Bial passou a figurar na programação de férias da Globo a partir de 2003, servindo de curinga na hora de abocanhar o público disperso nesse período, prendendo a atenção do telespectador e assim minimizando os efeitos negativos na programação nesses meses.
 
Os índices de audiência da 11ª edição do Big Brother Brasil não deixam dúvidas e revelam o desinteresse por parte do público no reality. Ao que parece, o leite azedou.
 
Para se ter uma idéia, a jornada decadente do programa tem início a partir da 6ª edição em 2006, onde a audiência do programa naquele ano foi de 43 pontos. Apesar de números excelentes, teve menos audiência do que a anterior, que obteve 47 e até hoje, mantém o recorde positivo do programa. Com o passar do tempo, aumenta mais a certeza de que esses números ficarão definitivamente no passado.
 
Contados 31 dias após a sua estreia, o Big Brother Brasil 11 somou até hoje, uma média parcial de 26 pontos, o pior índice de todos os anteriores. E vem diminuindo, ano após ano.
 
MÉDIA DE AUDIÊNCIA DAS EDIÇÕES DO BIG BROTHER BRASIL

Audiência das 11 edições do BBB: O ínico, o sucesso e a derrocada.

*O índice de 2011 refere-se aos 31 primeiros dias do reality show
 
A direção do programa e altos executivos da Globo já sentem o baque, segundo informações internas, é comum a orientação para “apimentarem” ainda mais o BBB. O “fator surpesa” da atual edição foi a participação de uma transexual. Garantia de polêmica e muito pano pra manga, não demorou uma semana e a participante foi eliminada. De fato, foi uma grande surpresa… para o seu diretor.
 
Regadas a muita bebida, as festas funcionam de palco para novas baixarias.  Triângulos amorosos e armações contra concorrentes parecem que não causam mais o mesmo efeito de antes. Hoje, o que se vê na tela é uma grande falta de assunto e muita futilidade por parte de seus atuais participantes. O erotismo, adjetivo comum que define as últimas edições do BBB, é apenas uma das armas para tentar salvá-lo de um fim. E não está dando muito certo. Segundo o Jornal do Brasil, “a situação do reality show continua alarmante e o sinal vermelho voltou a tocar no Projac. Mesmo com as tentativas de inovação, a décima primeira edição do programa anda fria e marcando a pior audiência do reality desde as primeiras semanas”.
 
 
   EX-BBBs
Os participantes do BBB 11: Elenco minguado, morto e sem conteúdoDiretor da atração, Boninho vem colecionando péssimos resultados dentro da Globo
O forte apelo junto ao público fez que com que muitos anônimos, recém saídos do programa, virassem celebridades instantâneas. Daí se tiram os “ex-BBBs”.
Um booom em que muitos desfrutam (mesmo que por pouco tempo) as regalias, vantagens e desvantagens de ser uma pessoa famosa em todo o país.  Quem cultivou o carisma e a simpatia do público pode até se perpetuar nesse restrito hall de pessoas que superam a fase “pós BBB” e viram celebridades, de fato.
Grazi Massafera, participante da edição de maior repercussão (e audiência), é apenas uma das poucas que conseguiram tal façanha e aproveitou bem a oportunidade.
 
Curiosamente, na contramão do que se imagina, as últimas edições do reality provaram o equívoco, a fraca seleção de participantes e a ausência de grandes inovações. Nenhum sobreviveu na mídia por muito tempo depois do BBB. Hoje, com o mínimo de repercussão, o que se vê é participantes caindo em ostracismo mesmo antes de terminar a edição em que atuou. Inimaginável em tempos atrás.
 
 
   FUTURO
O desempenho desta edição pode ser determinante para a continuação da “casa mais vigiada do país”. O que salvou o Big Brother a chegar na sua décima primeira edição foram os excelentes resultados comerciais obtidos. A derrocada na audiência que a atual temporada vem apresentando pode ter peso maior do que qualquer retorno financeiro. Afinal, o desgaste do formato e o cansaço do público traria prejuízos muito maiores á emissora carioca.
 
Para nós, resta aguardar o desfecho. É só ficar espiando.
 
 
 
Os dados de audiência contidos no texto referem-se
á medição pesquisada na Grande São Paulo pelo IBOPE.
Equivalem á cerca de 60 mil domicílios no período
anterior á 2011 e de 58 mil domicílios após o período.
Posted in ,  on fevereiro 24, 2011 by Thiago Cipriano |