São Paulo, a cidade mais rica do país, dona do maior PIB da economia brasileira. São Paulo, terra fracassada. É assim que o mundo inteiro percebe a falta de competência que levou a eliminação da cidade da copa das confederações de 2013. A falta de sintonia, a arrastada burocracia e principalmente, o desleixo da organização da copa do mundo, foram fatores determinantes para a atual e mais grave falha nos preparativos para 2014. O que é considerado pela FIFA um preparativo para os finalmente da Copa do Mundo, a Copa das Confederações será disputada no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Porto Alegre.
Mais do que ver uma sede de Copa perder um dos principais eventos que a antecede, o Brasil esta prestes a ver uma sucessão de casos graves de má gestão e má organização. É como reconstruir um pais dos zero.
Essas cidades escolhidas, ainda que tenham sido escolhidas, não tem a capacidade, hoje, de organização e estrutura para receber o evento de grande porte, muito pelo contrário. A maioria deles sequer disponibiliza um sistema de transporte decente para sua população.
A infraestrutura aérea deixou de ter estrutura desde quando os aviões começaram a voar. Pessoas são obrigadas a enfrentar um caótico e estressante aeroporto onde, o mínimo de conforto é mordomia. Guichês lotados, fila pra check-in, pra embarque, desembarque, pro banheiro, pro café, pra sentar. Passageiros obrigados a esperar na pista a decolagem de seu avião. Outros enfrentando chuvas no desembarque porque não há mais finger (passarelas utilizadas no transporte de passageiros entre o avião e a plataforma do aeroporto) disponíveis. E não é porque todos estão sendo usados, e eventualmente faltam fingers para desembarque em uma ou outra aeronave. É porque não tem mesmo. Se existir palavra pior que precário, essa palavra serve perfeitamente como definição do sistema aéreo do Brasil.
Em praticamente todas as cidades (isso se não for todas), a precariedade se torna presente também em serviços básicos, como saúde, educação, segurança... E não há o mínimo de esforço para reverter a atual situação. E é muito fácil compreender tal atitude.
O motivo claro, não poderia ser outro. Com atrasos nas obras, a pressão pela conclusão vai ser maior, o repasse de dinheiro também vai aumentar. As licitações vão deixar de existir, o dinheiro público empregado vai ser superfaturado e... no fim das contas, o que seria motivo de avanço e crescimento para o Brasil, será um enorme prejuízo.
Dinheiro público, dos impostos caros e mais altos do mundo. Investimentos que não vão se justificar daqui a alguns anos. Projetos de melhorias que vão ficar somente no sonho do trabalhador que acorda cedo, enfrenta toda e qualquer tipo de humilhação para levar todos os dias, o pão de cada dia da sua família.
Trabalhador que vai bancar a "organização" da copa, da olimpíada, mesmo sabendo que o retorno pra ele vai ser zero. Isso é fato.
Mais afinal, tem sempre um jeitinho de deixar o Brasil pior do que ele já é, não é mesmo?