Um dos grandes destaques da programação da Record este ano não atende por “A Fazenda”, seu desprezado reality show, muito menos por sua novela, “Vidas em Jogo”. Os Jogos Panamericanos de Guadalajara serão exclusivamente transmitidos pela emissora do Bispo Edir Macedo em outubro e terá, entre outras promessas, a maior cobertura que a competição já teve no Brasil. Com alarde, a Record divulga sua programação especial para as competições no México, porém, esquece o real problema de sua grade nada esportiva.
A pouco mais de 2 semanas do início dos jogos, a “emissora oficial do esporte olímpico no Brasil”, slogan criado para as transmissões, dedica apenas 2 horas e 15 minutos semanais de conteúdo esportivo.
Para se ter uma ideia da dimensão do que isso representa, até reprises de séries e desenhos enlatados superam a marca esportiva da Record. O mesmo pode-se dizer do “aluguel” pago pela Igreja Universal do Reino de Deus na “compra” de horários para transmissão de programação religiosa. A grande campeã do ranking de horas na grade da emissora tem ao menos 34h40m/semana de “conteúdo”.
O responsável por tal feito é o “Esporte Fantástico”, comandado pela ex-global Mylena Ciribelli, nos moldes do programa similar da concorrente. A atração, que sambou em vários horários e mudou o dia de exibição por diversas vezes, hoje é apresentada aos sábados pela manhã. O conteúdo jornalístico, dentro dos telejornais da emissora, engana ao trazer a falsa sensação de uma “ampla cobertura esportiva” ao telespectador.
Procurada, a emissora se limitou a dizer que a programação esportiva “atende as necessidades da programação” e que “novos projetos esportivos virão junto com o Pan”.
Vale lembrar que a Record também detém a exclusividade da próxima olimpíada, em Londres, ano que vem.
Se televisão é hábito, já dá pra imaginar o sucesso.