segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Record sobe no pódio da mesquinharia em divisão de credenciais para a Olimpíada de Londres

A cobertura dos canais fechados nos jogos olímpicos de Londres pode ser sufocada pela chamada “olimpíada de ressentimentos”.

Dona dos direitos de transmissão para o Brasil, a Record está utilizando toda a sua exclusividade para prejudicar os trabalhos de outros veículos. A emissora, que antes se queixava da Globo na divisão de credenciais, agora pratica o mesmo com outros canais.

 

RANCOR

Defensora veemente da queda do “monopólio na informação”, a Record ficará com quase todas as credenciais para a sua cobertura na televisão. O restante (ou os restos) seriam divididos entre Sportv – canal de esportes da Globo, que transmitirá a Olimpíada em pelo menos 3 canais diferentes –, ESPN Brasil e Bandsports. Vale lembrar que o ressentimento da Record impediu o repasse dos direitos da transmissão de Londres 2012 para outras TVs abertas.

Questionada, a emissora de Edir Macedo Bezerra, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, uma seita religiosa que é acusada de formação de quadrilha, estelionato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, informou que o tratamento às concorrentes é exatamente o mesmo dado por outros canais, detentores de eventos exclusivos, em tempos de outrora.

Para se ter uma ideia, das 380 credenciais disponibilizadas pelo Comitê Olímpico Internacional, a Record pretende usar pelo menos 300 delas.

Sportv, ESPN e Bandsports ficaria com a divisão das 80 restantes. Veja abaixo:

 

 

COBERTURA PREJUDICADA

Assim como aconteceu com o Pan de Guadalajara em 2011, a Record planeja fazer “a maior cobertura de uma Olimpíada que o Brasil jamais viu”. O discurso, que ganha cada vez menos credibilidade, é o inverso do que pode acontecer nos canais fechados.

Com menos profissionais trabalhando, uma ampla cobertura dos jogos ficaria simplesmente inviável. Graças á emissora de Edir Macedo, o telespectador pode receber destes canais uma cobertura pequena e improvisada.

Segundo informações que circulam na imprensa, a mesquinharia chegou ao ponto de baixar uma nova ordem: Profissionais de canais concorrentes seriam vigiados pela emissora, querendo evitar o “tráfico de imagens”. Quanto rancor.

A pergunta que fica é: Será que os bispos, pastores, convidados e familiares de Edir também vão ajudar na cobertura olímpica da Record?