Canal de notícias é sinônimo de credibilidade, certo? Aconteceu algo de urgente, onde todos procuram notícias exclusivas e se antenar com o que for mais relevante no momento, a nossa principal ação é ligar a TV e procurar as notícias (depois vamos pra internet, rádios…). Canais exclusivamente de notícias surgiram pra suprir a necessidade do agora, do já. Da notícia fresquinha, dos debates, da discussão, da denúncia, investigação. Ao que parece, o Brasil esqueceu que é pra isso que a Record News tá no ar.
Sob o grande fato de não existirem canais de jornalismo na TV aberta brasileira, foi lançada a Record News, o “primeiro canal de notícias da TV aberta brasileira, com jornalismo 24 horas de plantão”. Ligada á Rede Record, o ineditismo e a revolução que a nova emissora traria com seu lançamento foram as peças fundamentais para ir ao ar, em 27 de setembro de 2007.
O conceito da Record News, por se tratar de uma emissora jornalística operando na frequencia da TV comercial, foi juntar diferentes produtos na sua grade para fisgar o telespectador da TV aberta em diferentes horários. Programas de entrevistas, talks shows, programas de moda, comportamento, prestação de serviços e três grandes telejornais diários. Sob o status de querer ser a “principal emissora jornalística do país”, sendo concorrente direta da Globo News (a mais popular e assistida do segmento), a Record News hoje, além de não ameaçar nenhuma emissora, luta para não padecer em meio a sua irrelevância e prejuízo. É possível dizer com absoluta certeza, que o lançamento da emissora foi o pior fracasso da Record nos últimos tempos.
Pra se ter uma ideia da dimensão do problema, o que teria de ser atrativo para os grandes anunciantes, fazendo assim gerar retorno financeiro e rentabilidade comercial ao canal, só consegue atrair anunciantes pequenos e irrelevantes.
Enquanto as principais emissoras de jornalismo exibem comerciais de automóveis conversíveis, de empresa de seguros, de grandes bancos, a Record News tem como principais anunciantes, loção para cabelos grisalhos, para crescer cabelos, pílulas naturais para cura de doenças e até aparelhos de ginásticas que prometem “um corpo definido em até 2 semanas!”. Chega a ser constrangedor.
Na grade, o que chama a atenção é a transmissão diária de programas que não tem absolutamente nada de jornalismo em seu conceito. Um muito peculiar sobre questões familiares e um outro semanal, que aborda de maneira improvisada e sofrível, o “mundo feminino”. Todos produzidos pela Igreja Universal do Reino de Deus, apresentados por pastores ligados á ela, ou pela filha do dono da igreja. É como se a CNN apresentasse um programa nos moldes do “Casos de Família”, já imaginou isso?
Com toda essa DIVERSIDADE, ano após ano, a Record News vem se deparando com a queda de seus índices de audiência e prestígio (se é que ela já teve).
É possível observar na tabela abaixo que de 2007 a 2010, a emissora vem perdendo cada vez mais seu público. O que já era pequeno, hoje beira ao traço total.
A fim de levantar a audiência, a emissora promoveu algumas reformulações ao longo desses anos, a última em novembro passado. Não teve jeito. Passados quatro anos desde a estreia, a Record News continua imersa em sua irrelevância, fator determinante para a decadência de uma emissora jornalística.
Nos próximos dias, novos investimentos e várias contratações vão tentar salva-la do fim. Reverter essa lamentável situação daquela que um dia, quis ser a fonte de informação do telespectador brasileiro, e que hoje navega rumo ao ostracismo.