quinta-feira, 31 de março de 2011

A derrocada na audiência do BBB11

A direção bem que tentou. Trouxe polêmica e muita baixaria. Mas não adiantou.

Os índices de audiência da décima primeira edição do Big Brother Brasil mostram que o programa perdeu de vez o fôlego que vinha apresentando nos áureos tempos da febre reality show no país. Nunca antes na história do programa, uma edição registrou um índice tão baixo quanto a que foi apresentada em 2011.

 

   LADEIRA ABAIXO

BBB1 - Kléber Bambam e Vanessa na final; A Globo tinha motivos de comemoraçãoBBB11 - Daniel, Maria e Wesley na final; Edição com pior índice de audiência

Conforme já publicado aqui, em “Big Brother Brasil: Sem grande repercussão, programa mostra desgaste do formato”, nos últimos anos, por causa de formatos semelhantes ou pela falta de interesse mesmo, o que parecia um jogo ganho passou a ser dúvida na cabeça de muitos diretores. Com ótimos índices de audiência no início, o programa apresentado pelo jornalista Pedro Bial passou a figurar na programação de férias da Globo a partir de 2003, servindo de curinga na hora de abocanhar o público disperso nesse período, prendendo a atenção do telespectador e assim minimizando os efeitos negativos na programação nesses meses.

Os índices de audiência da 11ª edição do Big Brother Brasil não deixam dúvidas e revelam o desinteresse por parte do público no reality. Ao que parece, o leite azedou.

Para se ter uma idéia, a jornada decadente do programa tem início a partir da 6ª edição em 2006, onde a audiência do programa naquele ano foi de 43 pontos. Apesar de números excelentes, teve menos audiência do que a anterior, que obteve 47 e até hoje, mantém o recorde positivo do programa. Cada vez mais aumenta a certeza de que esses números ficarão definitivamente no passado. Com o final da 11ª edição, a média de audiência degringolou de vez e registrou “pífios” 25 pontos.

Confira abaixo a média de cada edição:

Os vencedores Kléber Bambam, Rodrigo Cowboy e DhominiOs vencedores Cida, Jean Wyllys e MaraOs vencedores Diego Alemão, Rafinha e Max Os últimos dois vencedores do BBB: Marcelo Dourado e Maria

 

   AUDIÊNCIA FINAL DAS 11 EDIÇÕES

Big Brother Brasil 1 (2002)                                                                  Vencedor: Kléber Bambam | Média final: 40 pontos

 

Big Brother Brasil 2 (2002)                                                                  Vencedor: Rodrigo Cowboy | Média final: 37 pontos

 

Big Brother Brasil 3 (2003)                                                                  Vencedor: Dhomini | Média final: 39 pontos

 

Big Brother Brasil 4 (2004)                                                                  Vencedor: Cida | Média final: 45 pontos

 

Big Brother Brasil 5 (2005)                                                                  Vencedor: Jean Wyllys | Média final: 47 pontos (Recorde positivo)

 

Big Brother Brasil 6 (2006)                                                                  Vencedor: Mara | Média final: 43 pontos

 

Big Brother Brasil 7 (2007)                                                                  Vencedor: Diego Gasques | Média final: 41 pontos

 

Big Brother Brasil 8 (2008)                                                                  Vencedor: Rafinha | Média final: 37 pontos

 

Big Brother Brasil 9 (2009)                                                                  Vencedor: Max | Média final: 32 pontos

 

Big Brother Brasil 10 (2010)                                                                  Vencedor: Marcelo Dourado | Média final: 31 pontos

 

Big Brother Brasil 11 (2011)                                                                  Vencedor: Maria | Média final: 25 pontos (Recorde negativo)

 

   FATURAMENTO

E poderia ter sido pior. Apesar dos péssimos índices na audiência, o Big Brother continua batendo recordes em faturamento. Na 11ª edição, o valor arrecadado foi de 380 milhões de reais, com mais de 20 marcas anunciando e patrocinando as provas do programa.

Fato esse que ainda mantém de pé o reality global, pelo menos até o próximo ano.

 

 

Créditos - FOTOS: Jaq Joner (BBB1, BBB3, BBB4), Renato Rocha (BBB2, BBB5), Kiko Cabral (BBB6, BBB7, BBB8), Frabrício Mota (BBB9), Fred Rozário (BBB10, BBB11).

Com informações divulgadas na grande imprensa.

 

Os dados de audiência contidos no texto referem-se á medição pesquisada na Grande São Paulo pelo IBOPE.
Equivalem á cerca de 60 mil domicílios no período anterior á 2011 e de 58 mil domicílios após o período.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Novo erro em comercial da Oi

A operadora Oi lançou um novo comercial sobre as vantagens de se contratar o serviço Oi Velox (internet móvel banda larga), estrelado pelos atores Vladmir Brichta e Adriana Esteves, com um pequeno, porém notável, erro na sua criação.

A agência NBS, responsável pelos comercias e peças publicitárias da empresa colocou como ilustração do serviço de 3G, um notebook e um tablet, demonstrando a mobilidade que o serviço pode trazer ao consumidor. Para os mais atentos, o erro foi percebido logo de cara. Ao mostrar a mobilidade do serviço de internet 3G no tablet, a agência utilizou um iPad da Apple da versão que aceita acesso de internet somente por wi-fi. Na versaõ wi-fi e 3g, o tablet apresenta uma barrinha preta na parte superior, o que diferencia um de outro:

É um erro pequeno, eu sei, porém não é a primeira vez que esses erros acontecem. Em 2010, a mesma agência foi parar num conhecido site de montagens desatrosas, o Photoshop Disaster, por colocar em um anúncio, um avião estacionado na pista sem uma de suas asas.

on março 28, 2011 by Thiago Cipriano |  

SBT é o que mais perde jornalistas para a concorrência

A batalha pela audiência é, e sempre foi, o principal assunto discutido nas mesas de reunião dos executivos da televisão brasileira. A qualidade cada vez mais baixa das produções nacionais faz com que os principais esforços em melhorias acabem indo sempre para um determinado setor, fazendo com que outros acabem caindo em esquecimento. Durante anos, uma das maiores emissoras de TV do país deixou de lado seu jornalismo, anos a fio com produtos comprados de fora e sem a devida atenção necessária. Isso mudou depois de algumas contratações milionárias, investimentos aqui e ali e, finalmente, pode-se ter o gosto de um jornalismo forte e vibrante, com o peso da credibilidade e o reconhecimento do mercado novamente.

Mais nem tudo são flores, ou nem tudo virou festa. A (falta de) direção de jornalismo do SBT ultimamente vem contando suas perdas tanto em audiência, quanto na perda de profissionais. A debandada geral que assusta o SBT tem como papel determinante as melhores condições, melhor estrutura, maior reconhecimento, visibilidade e principalmente, melhor proposta financeira das concorrentes.

Proporcionalmente, é a emissora que mais perde profissionais do ramo entre as grandes redes de TV do país, um fato alarmante.

Em alguns casos, por mais incrível que possa parecer, jornalistas com currículos invejáveis e donos dos prêmios mais concorridos no ramo, são descartados pelo canal. Apenas como exemplos desse descaso, temos as jornalistas Ana Paula Padrão, com uma experiência grande no hard news e persuasão incrível nas reportagens e  Bianca Vasconcelos, que além de grandes matérias realizadas para os telejornais da emissora, foi a vencedora do “Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica”, com uma série de reportagens muito bem elogiada pelos profissionais.

Abaixo, apenas alguns dos tantos profissionais perdidos para a concorrência, e outros que lamentavelmente não tiveram o devido reconhecimento. Nota-se que, se levarmos em conta os vários profissionais de afiliadas Brasil afora, e outros que simplesmente prestavam serviços freelancer (como Mariana Kotscho e Maria Manso, ex-Globo) mais que tinham presença constantes nos telejornais e jornalísticos de rede, o número aumenta ainda mais. Listamos apenas aqueles que faziam parte do “primeiro escalão” de repórteres do SBT Brasil e do Jornal do SBT:

Além desses, temos Fred Justo, um ex-repórter do SBT em Brasília que hoje apresenta vários jornalísticos locais da Globo na capital federal.

Ana Carolina Abar, ex-editora de internacional do Jornal do SBT que é correspondente na Globo News.

Caroline Keller, ex-repórter do fracassado “Olha Você”, que trabalha agora no programa “Hoje em Dia” da Record.

E uma lamentável (pra não dizer burrice pura, por parte da emissora) foi a demissão de Izabella Camargo, uma das agradáveis revelações do jornalismo televisivo que ficou somente 6 dias no canal. Contratada para a nova versão do “Olha Você”, Izabella foi uma das novidades da repaginada da revista eletrônica. Não deu certo, o programa foi retirado do ar e a jornalista mandada embora. Felizmente, Izabella pode mostrar todo seu potencial na rede Bandeirantes onde já trabalhou nas principais coberturas.

Podemos contar também os vários profissionais que estão atrás das câmeras como diretores, editores…

O que fica é a grande dúvida que cerca esse tipo de comportamento na emissora. Como querem qualidade, credibilidade e principalmente audiência se os bons profissionais acabam escolhendo caminhos diferentes pra suas carreiras? Não é tão complicado entender.

domingo, 20 de março de 2011

Barack Obama discursa ao povo brasileiro; Leia

O presidente dos EUA, Barack Obama fez seu primeiro e memorável discurso ao povo brasileiro na tarde deste domingo no palco do Theatro Municipal na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. Leia abaixo o discurso:

 

Pres. BARACK OBAMA / Theatro Municipal do Rio de Janeiro

(20/03/2011)

 

“Alô, Rio de Janeiro. Alô, Cidade Maravilhosa. Boa tarde,  todo o povo brasileiro.

Desde o momento em que chegamos, o povo desta cidade tem mostrado para a minha família o calor e a receptividade de seu espírito. Quero agradecer a todos por estarem aqui, pois sei que há um jogo do Vasco ou do Botafogo. Eu sei que os brasileiros não abrem mão do futebol.
Uma das primeiras impressões que tive do Brasil veio de um filme que vi com minha mãe, “Orfeu Negro”. Minha mãe jamais imaginaria que minha primeira viagem ao Brasil seria como presidente dos EUA. Vocês são mesmo um “país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza”.

Ontem tive um encontro com a sua presidente, Dilma Rousseff. Hoje, quero falar com vocês sobre as jornadas dos EUA e do Brasil, que são duas terras com abundantes riquezas naturais. Ambos os países já foram colônias e receberam imigrantes de todo o mundo. Os EUA foram a primeira nação a reconhecer a independência do Brasil. O primeiro líder brasileiro a visitar os EUA foi Dom Pedro II.

No Brasil, vocês lutaram contra a ditadura, pedindo para serem ouvidos. Mas esses dias passaram. Hoje, o Brasil é um país onde os cidadãos podem escolher seus líderes e onde um garoto pobre de Pernambuco pode chegar ao posto mais alto do país. Foi essa mudança que vimos na Cidade de Deus. Quero dar os parabéns ao prefeito e ao governador pelo seu excelente trabalho. Porém, não se deve olhar para a favela com pena, mas como uma fonte de artistas, presidentes e pessoas com soluções.

Vocês sabem que esta cidade não foi minha primeira escolha para os Jogos Olímpicos. Porém, se os jogos não pudessem ser realizados em Chicago, o Rio seria minha escolha. O Brasil sempre foi o “país do futuro”. Mas agora esse futuro está aqui.

Estou aqui para dizer que nós, nos EUA, não apenas observamos seu sucesso, mas torcemos por ele. Juntas, duas das maiores economias do mundo podem trazer crescimentos. Precisamos de um compromisso com a inovação e com a tecnologia.

Assim, queremos ajudá-los a preparar o país para os Jogos. Por isso somos países comprometidos com o meio ambiente. Por isso a metade dos carros daqui podem circular com biocombustível. E, portanto, estamos buscando o mesmo nos EUA, para tornar o mundo mais limpo para nossos filhos.

Sendo o Brasil e os EUA dois países que foram tão enriquecidos pela herança africana, temos que nos comprometer com a ajuda à África. Também estamos ajudando os japoneses hoje. Vocês, aqui no Brasil, receberam a maior imigração japonesa no mundo.

Os EUA e o Brasil são parceiros não apenas por laços de comércio e cultura, mas porque ambos acreditam no poder da democracia, porque nada pode ser tão poderoso. Milhões de pessoas , que subiram da pobreza para a classe média, o fizeram pela liberdade. Vocês são a prova de que a democracia é a maior parceira do progresso humano. A democracia dá a esperança de que todos serão tratados com respeito.

Nós sabemos, nos EUA, como é importante trabalhar juntos, mesmo quando não nos entendemos. Acreditamos que a democracia pode ser lenta, mas ela vai sendo aperfeiçoada com o tempo. Também sabemos que todo ser humano quer ser livre, quer ser ouvido, quer viver sem medo ou discriminação. Todos querem moldar seu próprio destino. São direitos universais e devemos apoiá-los em toda parte.

Onde quer que a luz da liberdade seja acesa, o mundo se torna um lugar melhor. Esse é o exemplo do Brasil, um país que prova que uma ditadura pode se tornar uma próspera democracia e que mostra que um grito por mudanças vindo das ruas pode mudar o mundo.
No passado, foi aqui fora, na Cinelândia, que políticos e artistas protestaram contra a ditadura. Uma das pessoas que protestaram foi presa e sabe o que é viver sem seus direitos mais básicos. Porém, ela também sabe o que é perseverar. Hoje ela é a sua presidente, Dilma Rousseff.

Sabemos que as pessoas antes de nós também enfrentaram desafios e isso une as nossas nações. Portanto, acreditamos que, com a força de vontade, podemos mudar nossos destinos. Obrigado. E que Deus abençoe nossas nações.”

on março 20, 2011 by Thiago Cipriano |  

sexta-feira, 18 de março de 2011

Cine Belas Artes encerra suas atividades após quase sete décadas de funcionamento

Um dos últimos e mais antigos cinemas de rua de São Paulo fechou as portas.

O Cine Belas Artes, que já foi point da sociedade paulistana dos anos 50, 60, e 70, até pouco tempo atrás vivia seu mais absoluto ostracismo.

Concorreu durante anos com os cinemas de shoppings, esses com programação mais atrativa para o novo público que surgiu, que não exige mais bons filmes, e sim diversão barata com histórias modernas, apelativas e de pouco conteúdo. Fincado numa cidade que só viu crescer a bandidagem, o cinema exibia filmes alternativos, obras primas da sétima arte (o que poucos ou nenhum cinema faz, obviamente observando seu pouco retorno comercial) acabou vendo diminuir seus fiéis e importantes clientes ao longo de quase sete décadas.

Não só o cinema, mais seus antigos e famosos vizinhos, como o Bar Riviera e tantos outros, também tiveram sua história interrompida pela mudança de hábito e principalmente, mudança de comportamento da sociedade paulistana.

O que antes foi sinônimo de glamour, reduto de pensadores e formadores de opinião, nos dias atuais se limitou a um gigante decadente, com programação desinteressante para os nossos “novos pensadores”, se é que eles existem. Vítima do crescimento rápido e mal planejado da cidade, o Belas Artes viveu nos dias que antecedeu seu fechamento a comoção tardia da sociedade que o desprezou durante décadas. Inútilmente querendo seu tombamento.

Só resta os seus frequentadores antigos, aqueles que viveram a época de ouro do cinema, guardarem na memória a efervescência de uma época que infelizmente ficará de vez no passado.

on março 18, 2011 by Thiago Cipriano |