Uma força da natureza que encanta e destrói, despertando os mais contraditórios sentimentos. Essa é Sereia, a jovem rainha do axé que carrega a força e o carma da mítica figura dos mares. Em seu mundo, fama, dinheiro, inveja, idolatria, amor e ódio se confundem em uma teia de segredos no coração da Bahia contemporânea. Uma linha tênue divide os bastidores do sucesso e da fraqueza humana.
Na voz de Sereia (Isis Valverde), versos ecoam entre a multidão e hipnotizam uma massa de foliões que, em coro, canta e festeja. Do alto do trio, o magnetismo da maior musa pop do Brasil e rainha do axé a elevam ao topo do poder. É terça-feira de Carnaval. Os trios transformam a Bahia em um grande palco. E lá está Sereia. Linda, estonteante, cativante, uma verdadeira diva. Mas, para a surpresa de todos, a história da cantora acaba ali. No ápice de sua apresentação, Sereia recebe um tiro certeiro e cai diante de todos. A Bahia para. Indignada, a população parece não acreditar no que aconteceu.
Enquanto o país se pergunta quem poderia ter cometido tal barbaridade, Augustão (Marcos Palmeira), chefe da segurança particular da cantora, toma o crime como uma questão de honra e decide ir até as últimas consequências para encontrar o assassino.
Nascida em Itabuna, sul da Bahia, e batizada Sereia Maria de Oliveira por sua mãe, a atual musa do axé passou por dificuldades quando nova e iniciou sua carreira em bares de Salvador. Durante sua trajetória, conheceu a poderosa Mãe Marina de Oxum (Fabíula Nascimento), que se transformou em sua guia espiritual. Foi a mãe de santo do mais poderoso terreiro da Bahia, o “Soberana do Mar”, quem a alertou que a fama bateria em sua porta tão logo. Como um presente do destino, conheceu Paulinho de Jesus (Gabriel Braga Nunes) quando saía de uma consulta.
O produtor musical se encantou por aquela beleza e pela sensualidade que Sereia exalava e decidiu apostar na jovem. Em uma parceria com a empresária Mara (Camila Morgado), que já trabalhava com a bela em bares da cidade, e com o esperto marqueteiro Tuta Tavares (Marcelo Médici), o trio uniu forças para criar o mito Sereia. Até mesmo o legendário Doutor Jotabê (Marcos Caruso), governador candidato à reeleição, apostou no sucesso da jovem para sua campanha política.
Em apenas dois anos, Sereia se transformou em uma estrela. Seu rosto estampava a capa de CDs - alguns de ouro e platina -, sua voz era seguida por uma legião de fãs, e sua música, a mais tocada nas rádios. E, se por trás de sua fama existe um poderoso trio com interesses que extrapolam a relação profissional, ao seu lado, Sereia podia contar sempre com o seu secretário particular e fiel escudeiro Só Love (João Miguel) e com o chefe de segurança Augustão (Marcos Palmeira).
Detetive particular, Agostinho Matoso, o Augustão, seria capaz de dar a vida para proteger Sereia. O carinho que ele nutre por aquela mulher não tem tamanho. Mais que um simples segurança, ele é quase um amigo, um protetor. Quando ela morre, praticamente em seus braços, Augustão é tomado por um sentimento de revolta e decide, paralelamente à polícia, desvendar o mistério do assassinato da musa por uma questão de honra. Acompanhado por Vavá de Zefa (Fabio Lago), seu braço direito, ele resolve investigar a vida daqueles que rodeavam Sereia.
Com isso, o implacável detetive descobre que, por trás de tudo que envolvia Sereia, havia um mundo de elementos obscuros. Ao mesmo tempo em que as revelações apontam diversos suspeitos, elas também mostram que aquela jovem viril, forte, de garra, escondia muitos segredos. A dor estivera sempre muito presente na trajetória de musa e, aos poucos, folhear as páginas de sua vida traz à tona uma Sereia desconhecida para muitos.
Baseada na obra homônima de Nelson Motta, a microssérie de George Moura e Patrícia Andrade é escrita por George Moura, Patrícia Andrade e Sergio Goldenberg, com supervisão de texto de Glória Perez, direção de núcleo de Ricardo Waddington e direção geral de José Luiz Villamarim. Com quatro capítulos, ‘O Canto da Sereia’ estreia hoje na Globo.